Fotos: Diego Di Souza

A abertura da 20ª Semana Nacional de Museus, no Museu da Gente Sergipana Governador Marcelo Déda, aconteceu nesta terça, dia 17. Norteada pelo tema ‘O Poder dos Museus’, a programação dá visibilidade e reflete a capacidade das instituições museais de se reinventarem e contribuírem com a transformação social. 

O primeiro dia dessa semana que também comemora o Dia Internacional de Museus (18 de Maio) foi marcada por um bate-papo acerca das reinvenções do Museu da Gente Sergipana nos dois primeiros anos de pandemia de Covid-19, inauguração da instalação permanente sobre o Mamulengo de Cheiroso, além de apresentação cultural. 

Durante a Mesa Redonda ‘Sim. Somos um Museu de Grandes Novidades’, o diretor-superintendente do Instituto Banese, Ezio Déda, mostrou de que forma o Museu da Gente continuou a exercer seu poder de produzir cultura, arte, conhecimento e entretenimento ao longo dos dois primeiros anos de pandemia. Ações educativas, lives e até programas de TV, além da criação de uma plataforma de visita virtual ao museu, foram destaques enquanto caminhos para se chegar até o público. 

“O Museu não parou de produzir cultura e arte nesse momento tão desafiador, mas para isso teve que se reinventar. Foram muitas as novidades e vem mais por aí, afinal de contas o poder de um museu está nas ações que ele realiza para permanecer conectado com a sociedade e contribuir com o seu desenvolvimento”, afirma Ezio. Ele aproveitou para lançar em primeira mão as próximas ações, relacionadas especialmente a novos conteúdos e temáticas, complementando o acervo do museu e enriquecendo o mergulho dos visitantes na história e na cultura sergipana. 

Mamulengo de Cheiroso

O bate-papo contou ainda com a presença da pesquisadora de cultura popular, Aglaé Fontes, e do mestre do Mamulengo de Cheiroso, Augusto Barreto. Eles apresentaram o Teatro de Bonecos e o Grupo Mamulengo de Cheiroso, que se tornou conteúdo permanente do museu. Segundo Aglaé Fontes, o Museu da Gente Sergipana é o melhor lugar para resguardar esse patrimônio. “Trata-se do reconhecimento de uma técnica teatral e do trabalho de um grupo que há mais de 40 anos fortalece a cultura sergipana. O Mamulengo agora é morador permanente desse museu e não existe lugar melhor para resguardá-lo e garantir que outras gerações o conheçam do que essa casa”, ressalta. 

Na sala dedicada ao Mamulengo, é possível conhecer momentos marcantes da trajetória de 44 anos do grupo, que o evidenciam enquanto agente de valorização e difusão da cultura popular sergipana. O universo do teatro de bonecos e toda sua oralidade, gestos, tipologias fisionômicas e roteiros de vida poderão ser acessados através de uma diversidade de recursos. 

O público também prestigiou a apresentação do espetáculo ‘Cobra Grande’, momento de muita interação através de um enredo marcado por cultura popular, presente nas canções, nos personagens cheios de graça com seus jeitos e falares. Augusto Barreto registra a honra de fazer parte do museu. “São quase 45 anos com o diferencial de permanecer sempre na ativa, com espetáculos, oficinas, viagens. Para um grupo de teatro de bonecos que muitas vezes não foi visto com bons olhos isso é muito importante. E agora ganhamos mais um presente: um espaço no Museu da Gente Sergipana. É uma honra para o Mamulengo estar nessa casa e fazer da arte sergipana a melhor coisa de se viver. Agora é só visitar o museu e a instalação do Mamulengo de Cheiroso”, convida Augusto.  

A apresentação aconteceu para uma plateia em sua maioria de estudantes que acompanharam com atenção e risos cada cena da história. Mas para Jefferson Lorran Correia, de 12 anos, o momento não foi apenas de diversão. “Foi muito importante estar aqui, além de divertido. A cultura sergipana é muito interessante e nessas horas a gente tem certeza. Precisamos valorizar a cultura porque um local sem cultura é um lugar sem identidade. Nunca tinha visto o Mamulengo de Cheiroso e gostei muito de conhecer”, conta Jefferson. 

Sophia Farias, de 13 anos, achou a manhã incrível. “Achei incrível porque tive muitos ensinamentos sobre a nossa cultura. Que espetáculo maravilhoso e engraçado. Foi muito importante essa dinâmica da escola de trazer a gente até o Museu da Gente Sergipana”, comemora. 


Dias 18, 19 e 20

A programação continuou nesta quarta, 18, com a Ação Educativa ‘Jenner: o sopro mágico do modernismo em Sergipe’, fazendo memória ao centenário da Semana de Arte Moderna e homenageando o artista plástico Jenner Augusto, considerado o pai do modernismo em Sergipe. A atividade se repetirá amanhã, 19, às 10h e às 14h. 

No dia 20, às 9h, acontecerá a Roda de Conversa ‘O Poder das Ações Socioambientais na Contemporaneidade’ com a Diretora Administrativa e Financeira do Instituto Banese, Leila Cruz; a supervisora do Museu da Gente Sergipana, Karla Jamylle Souza, e o professor do Programa IFS Sustentável, Rodrigo Gallotti Lima. O objetivo é compartilhar os projetos e ações realizados pelo Instituto Banese, Museu da Gente Sergipana e o Instituto Federal de Sergipe. 

Logo após, a Semana Nacional de Museus se encerrará com a apresentação da Orquestra Jovem de Sergipe, projeto de formação em música clássica para crianças e jovens dos Bairros Santa Maria e 17 de Março, em Aracaju. 

A Orquestra Jovem é uma realização do Instituto Banese e Governo de Sergipe, com o patrocínio da Energisa, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério do Turismo. Conta com recurso do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente através do apoio cultural do Banese e da Sergipe Administradora de Cartões e Serviços S.A., além do apoio do Instituto Marcelo Déda, da Prefeitura de Aracaju e do Instituto Rahamim. 

Fonte: Tarcila OLanda - Cord. Núcleo de Cominicação.