Ancelmo Bless

O município de Porto da Folha, localizado no território do Alto Sertão de Sergipe, região semiárida, a pouco mais de 190 km da capital, orgulha-se de ter em sua construção populacional a presença das etnias indígenas, africanas e europeias. Margeado pelo rio São Francisco, a região foi palco de acesso aos colonizadores europeus, por volta do século XVII e é lá onde se encontra a única aldeia indígena do Estado: os Xokó.

O município é estritamente agrícola e pesqueiro, fazendo com que os costumes de sua população estejam ligados ao campo e ao rio São Francisco, mesmo estando em terras áridas do sertão brasileiro.

Com uma população estimada em 27.146 pessoas (Censo IBGE 2020), o nome do município deriva, popularmente, de um porto que existia na região e quando os europeus chegaram lá avistaram folhas de plantas nativas, que chamaram a atenção por sua beleza e grandiosidade. Ficou então conhecida como Porta das Folhas.

Turisticamente falando, a região possui diversos atrativos à beira do rio São Francisco, a exemplo: a ilha de São Pedro com a aldeia dos índios Xokó; a ilha do Ouro e os povoados Niterói e Mocambo, este último, comunidade quilombola, símbolo de resistência de lutas negras em Sergipe.

 


Foto por: @droneprimeaju

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição

Foto por: @droneprime.aju

A construção da igreja é atribuída a Maurício de Nassau e, sobre a porta principal, há o registro do ano de 1861. Observamos que na torre esquerda figura o ano de 1889 e, na direita, 1932. Na fachada principal destacam-se as torres e o frontão. No interior da igreja, existe um painel pintado com cenas do cotidiano da cidade tendo, ao centro, uma pomba esculpida em cimento. A igreja fica na praça principal da cidade e há missas aos domingos, às 6h e às 19h.

Ilha de São Pedro

Foto por: Ancelmo Bless

A localidade dista cerca de 220 km de Aracaju e é cortada por braços do rio São Francisco, abrigando a única aldeia e escola indígena de Sergipe. A beleza da região, em consonância com o bioma de caatinga, além de ruínas de construções jesuíticas e indígenas, confere paisagens de encher os olhos.

Na Ilha, denominada também de Caiçara, está fincada a igreja São Pedro, tombada pelo Patrimônio Histórico Estadual, e um cemitério indígena.

A aldeia de índios não costuma receber muitos visitantes, mas são sempre bem-vindos visitantes, por possuir um forte apelo ao turismo de base comunitária.

Ilha do Ouro

Foto por: Ancelmo Bless

Banco de areia à margem do rio São Francisco, bastante procurado por visitantes, onde mergulham nas águas limpas e esverdeadas sob o sol. Há passeios de embarcações a motor e à vela.

Encontramos também a “craibeira” – uma árvore de mais de 300 anos - na beira do Velho Chico,que é preservada pelos moradores do povoado e é considerada símbolo do local. Também é possível apreciar a vista do povoado Barra do Ipanema e o morro da Ilha dos Prazeres, do lado alagoano.

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Rota do Quilombo Mocambo

Foto por: Ivanilson Matins Xokó

O Quilombo Mocambo é uma comunidade rural que teve a origem de sua formação explicada por uma história de luta pelo território, que é o espaço de sua existência e manutenção de sua cultura, e comemora com vitória após receber o reconhecimento, em 1997, pela Fundação Cultural Palmares junto com a titulação das terras.

O samba de coco é o símbolo da cultura local e há um nascedouro de um projeto de turismo de base comunitária, através do qual os moradores se uniram para trabalhar de forma organizada, oferecendo serviços de hospedagem, alimentação e monitoramento de grupos. O roteiro preparado com agendamento pela comunidade inclui tour pelo território, tour pela comunidade, momento cultural com apresentação do grupo de samba de coco, contação de histórias por morador sobre as lutas por terra e a formação da comunidade, visita à produção agroecológica, banho no rio São Francisco, almoço, jantar e hospedagem domiciliar.