Foto por: Prefeitura de Estância

Estância, cidade localizada a poucos 66 km da capital, Aracaju, é considerada a Capital Nacional do Barco de Fogo, Berço da Imprensa Sergipana, cidade cultural e musical. O centro histórico, que resiste ao tempo, proporciona aos visitantes sobrados cobertos por azulejos portugueses, além de uma vila operária e o fabrico dos tradicionais fogos de artifícios, principalmente, o sergipaníssimo barco de fogo. O município ganhou esse nome ainda em tempo de povoamento, no século XVII, quando os seus primeiros colonizadores, notadamente, o mexicano Pedro Homem da Costa, por conta da quantidade de propriedade de criação de gado e dos estancieiros. A sede municipal não fica na zona litorânea, mas localiza-se às margens da BR 101, no território Sul de Sergipe, com uma população estimada em 69.184 habitantes (Dados IBGE 2019) seu primeiro povoamento data de 1621. Seus primeiros passos econômicos seguiram em direção ao cultivo da cana de açúcar e à criação de gado, devido, ao fator geográfico de estar entre cortada pelos rios Piauí e Piauitinga, facilitando sobremaneira as duas atividades. A sede municipal já possui catalogada mais de 46 casarões coloniais, alguns deles no entorno do denominado Paço Municipal. Mas a constante reutilização para lojas comerciais e a ação do tempo, sem restauro, têm descaracterizado o patrimônio histórico da cidade. Entretanto, ainda se constitui num bom destino a ser visto da arquitetura colonial em Sergipe.

 


Não deixe também de conhecer a história de Jorge Amado na cidade. O pai do escritor Jorge Amado, o coronel João Amado de Faria (1880 - 1962), era sergipano, de Estância, filho de José Amado, também sergipano. Jorge Amado manteve laços familiares com primos e avós em Estância (SE) e no litoral norte da Bahia, a exemplo do povoado Mangue Seco (Jandaíra), onde passava temporadas. O primo dele, Gilberto Amado, também fez história na cidade sergipana.

O escritor baiano exilou-se em terras sergipanas, por sua ligação com a Intentona Comunista, durante o regime de Getúlio Vargas, onde viveu o período de 1936 a 1939, mais uma vez, na cidade de Estância. Nas terras estancianas, a Papelaria Modelo, a Sociedade Monsenhor Silveira e o Hotel Vitória tiveram  papel  importante em sua vida. Neste último, Jorge Amado residiu durante algum tempo e com seus proprietários estabeleceu uma relação quase que familiar.

Há pesquisas que ressaltam a importância da passagem por Sergipe, em suas obras,  e confirmam que o período foi o mais auspicioso do escritor, quando escreveu parte de Capitães de Areia e Mar Morto, além de trazer personagens que povoaram alguns dos seus livros, como Gabriela, Tereza Batista e Tieta do Agreste.