Foto por: Silvio Oliveira

O Município de Frei Paulo foi emancipado em 25 de janeiro de 1890, quando então se tornou independente financeira, econômica e administrativamente. Sua história, no entanto, começa bem antes, quando ainda era chamada Matas de Itabaiana, e depois passou a ser conhecida por Chã do Jenipapo e Tabuleiro da Imbira.

Na década de 60 do século XIX, vieram os freis Paulo Antônio de Casanova e David de Peruggia, incumbidos pelo Governo da Província, e construíram um tanque na localidade Chã do Jenipapo e a Igreja Matriz, que se dedicou ao Apóstolo São Paulo, em homenagem ao fundador.

Tal fato ocorreu, pois, a localidade conhecida por Matas de Itabaiana estava bem povoada e em crescente ascensão, decorrente da lavoura do algodão, bem como das fazendas de gado e produção de couro, o que levou à sua elevação à condição de cidade, o que se deu em 23 de outubro de 1920, através da Lei nº 797/1920.

Ao longo desses 132 anos desde a sua emancipação, Frei Paulo foi sendo construída de maneira que se tornou uma cidade, ainda relativamente pequena, mas que conta com uma estrutura bem organizada, com quadras largas e ruas paralelas ou perpendiculares, que lhe dá ares de uma cidade bem planejada.

Distante poucos 72km da capital, Aracaju, com uma população de 13.874 pessoas (Censo IBGE 2020), aos poucos, o município vem sendo descortinada e se descobrindo com um vasto potencial turístico, cultural e histórico. Junto com a cidade de Itabaiana, está construindo um roteiro turístico chamado Rota 235.


Igreja Matriz São Paulo - Foto por: Max Leonardo

Igreja Matriz São Paulo

Foto por: Max Leonardo

Sua construção ficou a cargo de frei Paulo Antônio de Casanova e frei David de Peruggia, contando, para tanto, com o auxílio da comunidade que participava das missões, entre o ano de 1867 a 1871. A Igreja Matriz tem São Paulo como seu patrono, sendo o templo onde se realiza a principal festa religiosa do Município, a Festa de São Paulo, que ocorre no último domingo de junho, ou primeiro domingo de julho, precedido do novenário e festividades culturais, desde o começo do século XX.

 

Feira Livre

Foto por: Fausto Filho

A feira livre se realizava no dia de domingo, na praça da Igreja. Em 1885 houve a mudança da feira para a praça do Comércio (atual praça Capitão João Tavares), e, posteriormente, em 1949, a feira livre foi transferida para a praça Jackson de Figueiredo, passando a se realizar no sábado, como permanece até a atualidade.

A feira livre, em meados do século XIX, além dos produtos básicos para subsistência da população, comercializava o algodão produzido nas Matas de Itabaiana. Hoje, a feira comercializa além dos gêneros alimentícios, utensílios domésticos, vestimentas, plantas ornamentais e objetos de decoração, os produtos característicos da região, a saber: farinha de mandioca fina; fava; feijão de corda; pé de moleque na palha; beiju molhado, seco e de amendoim; sarolho; malcasado; manauê de puba, macaxeira, milho e arroz; bolachinha de tapioca; espécie (paçoca de amendoim), dentre outros.

Serra Redonda

Foto por: Tomaz Lima

A Serra Redonda foi uma das primeiras localidades povoadas na região que compõe o Município de Frei Paulo, e existem informações de escavações realizadas na região, nas quais foram encontrados objetos típicos de uso indígena.

Sua história é rica e se mantém viva no Cemitério Bom Será, na Capela do Rastro construída em 1963, no Calvário Velho, construído em 1966 pelo padre José Eduardo Góes, para a realização das missões, e no Calvário Novo, com o Cristo Redentor construído entre 2014 e 2016, também pelo padre Eduardo.

Merece destacar também o Cruzeiro da Serra Redonda, onde foi construída uma Capela, e colocadas as imagens de Nossa Senhora Aparecida, São Geraldo e São Francisco de Assis. Atualmente o local é cenário de peregrinações e missa volitiva a Nossa Senhora Aparecida. No local também está em andamento o Projeto de Preservação Ambiental “Siriema Sempre Viva”, desenvolvido pela Paróquia São Paulo.

Do Cruzeiro da Serra Redonda é possível vislumbrar um lindo amanhecer com a imagem da Cidade de Frei Paulo construída na sua falda.

Casa da Cultura e Museu da Memória e Cultural das Nações

Inaugurado em 2016, é um local para visitação contendo um acervo com peças e fotografias de 134 países por onde o padre José Eduardo Goes, ao longo dos anos visitou.

Os objetos expostos levam o visitante a uma viagem pelos 134 países visitados e ainda, em algumas dependências, contém utensílios domésticos e objetos de trabalho utilizados por cidadãos freipaulistanos, remetendo-nos à história de vida e à identificação de pessoas que marcaram cada época em Frei Paulo.

Além da natureza cultural e histórica, a Casa da Cultura ainda desenvolveu o lado social e educativo através de aulas de reforço para crianças, aulas de idiomas, encontros culturais, e viagens a nível estadual, nacional e internacional para pessoas que são ligadas à cultura do Município.

Museu do Cangaço de Alagadiço

Divulgação

O Museu do Cangaço, idealizado e organizado por Antônio Porfírio Matos Neto, está localizado no povoado Alagadiço, e remete os visitantes à história de Lampião, e principalmente, à presença de Zé Baiano e seu bando no município de Frei Paulo, com ênfase para sua morte, que aconteceu no povoado Lagoa Nova, onde foi construído um monumento denominado “Túmulo de Zé Baiano”.

O museu possui um acervo original e réplicas de objetos usados pelo cangaço de Lampião, bem como, objetos antigos que foram usados desde o começo do século XX pelos moradores da comunidade. Além disso, possui uma ampla biblioteca para consultas e estudos.

Memorial Gilza Maria de Matos Dantas e Sala de Leitura Antônio Correia

O memorial foi criado em 2021 e conta, através de fotografias e objetos, a história de Frei Paulo, destacando-se as famílias que se instalaram nas Matas de Itabaiana em meados do século XIX. Remete também o visitante à história da Segunda Guerra Mundial, destacando os freipaulistanos que participaram efetivamente do conflito mundial. Em anexo, está organizada a Sala de Leitura Antônio Correia onde existe um acervo de livros, relatórios, documentos e fotos que remetem o visitante ao conhecimento da história de Frei Paulo e suas famílias. O espaço está localizado na Fazenda Onça, na Rodovia Manoel Soares de Souza, KM 2.

Circuito de Casarões Rurais e Urbanos

Foto por: Max Leonardo

Os casarões da zona rural e urbana mostram aos visitantes as condições de vida, na época em que Frei Paulo se apresentava como o maior produtor de Algodão de Sergipe, o que se reflete na suntuosidade das moradias. Há casarões na zona rural e urbana, a seguir:

Casarões a serem visitados na zona urbana que continuam preservados: Casa de Francisco Nunes de Rezende (seu Maroto), localizada na praça São Paulo. Atualmente pertence a Berenice Santos Silva; Casa que pertenceu a Rubens Andrade, localizada na rua Antônio Joaquim de Andrade. Atualmente pertence a Antônio Henrique Leite dos Santos; Casa pertencente a José Agostinho de Mendonça e Maria Terezinha de Jesus Mendonça, vendida a América Silveira, localizada na praça São Paulo. Casa que pertenceu a Pedro Lima, localizada na praça São Paulo; Casa que pertenceu a José Francisco da Cunha. Atualmente pertence à Arquidiocese. Casa que pertenceu a José da Costa Dantas (Zezé de Cajuza) e Eulina Barbosa Dantas (filha de Sinhozinho Barbosa das Pias), localizada na rua Barão do Rio Branco; Casa de Artur Barbosa e Josefa Carmelita de Gois, localizada na praça São Paulo.

Na zona rural: Casa da Juremeira, localizada na Serra Preta;  Casa da Fazenda Calumby, localizada na divisa com Itabaiana; Fazenda de José dos Santos Barbosa e Josefa Gicelma de Almeida Barbosa; Fazenda Batiquerê, pertencente a José Josinaldo Dantas.

Praça do Coreto

Foto por: Max Leonardo

Em 1949 teve início a construção do Coreto e do Monumento em homenagem aos expedicionários. O Coreto está totalmente preservado e leva o visitante a recordar o romantismo do século XX, onde os casais se encontravam para apreciarem o luar ao som das serenatas.

O Monumento aos expedicionários foi demolido e em seu lugar, seguindo a ideia do romantismo, foi construída em seu lugar uma fonte luminosa, que atualmente encanta os visitantes, principalmente, na época natalina.

Também nesta charmosa praça está o monumento “Eu Amo Frei Paulo” construído na gestão do prefeito Anderson Menezes em 2020, por ocasião da comemoração ao Centenário da elevação da Vila de São Paulo (atual Frei Paulo) à condição de Cidade de São Paulo. O Monumento é palco para recepção de visitantes e realização de pequenos eventos culturais e sociais na Cidade de Frei Paulo.

Prefeitura Municipal

Foto por: Max Leonardo

A construção do prédio da prefeitura teve início em 1931, na gestão de José Francisco da Cunha, primeiro intendente da Revolução de 1930. A fachada do prédio continua intacta e preserva a arquitetura original.