Foto por: Carlos Aristóteles

Da vital economia do ciclo do açúcar ao comércio, Maruim, distante poucos 30km de Aracaju e localizada às margens do rio Ganhamoroba, um dos principais afluentes do rio Sergipe, teve seu lugar de destaque na economia do estado no século XIX e hoje casarões e prédios antigos contam parte dessa história.

A cidade viu seu apogeu na plantação da cana de açúcar, no algodão e na criação de gado. Sua história remente ao ciclo da cana, quando o município detinha um grande número de engenhos por conta do bom solo para a prática da agricultura e estar próximo de rios e riachos do Vale do Cotinguiba, a 30km da capital, Aracaju.

Por ser uma região cortada por rios, o transporte fluvial era um denominador a mais na economia de Maruim e a fazia um grande entreposto fluvial para a locomoção de pessoas e cargas. Muitas esperavam suas embarcações no “Porto das Redes”, antiga Alfândega de Sergipe.

Maruim vivenciou o apogeu do período açucareiro em meados do século XIX, devido à pujança do açúcar, já que, em determinadas épocas, a produção sergipana dos engenhos no Vale do Cotinguiba era quase que totalmente escoada pelo entreposto do vilarejo para os vizinhos Bahia, Pernambuco e até Rio de Janeiro, através do transporte fluvial.

O município chegou a sediar oito consulados, todos construídos graças às plantações de cana de açúcar e de algodão, que atraíam europeus. A grande movimentação era a efervescência em uma região pobre, mas economicamente ativa, na qual a riqueza rural ficava em mãos de poucos fazendeiros, em detrimento ao crescente aumento populacional da massa mais pobre.

Conta a história que o primeiro povoamento nasceu no encontro dos rios Sergipe e Ganhamoroba, nos arredores do Porto das Redes (antiga Alfândega de Sergipe), denominado de povoado Mombaça. Mas, como havia muitos mosquitos, a povoação se mudou do local. Daí vem o nome de Maruim, palavra de origem tupi-guarani que significa mosca pequena ou mosquito.

A povoação foi transferida para a localidade mais acima, às margens do rio Ganhamoroba, onde já estava situado o antigo Engenho Maruim de Baixo, do proprietário Manoel Rodrigues de Figueiredo.

A posição entre o rio e o interior permitiu a Maruim a instalação das mais importantes casas comerciais da Província. Fato este que gerou destaque como centro urbano, comercial, político e social; favorecendo, mais tarde, a sua concessão de vila precocemente. Nas proximidades do Engenho Maruim de Baixo, circunvizinho à Igreja São Vicente, foram construídas várias casas, com a permissão do fazendeiro Rodrigues de Figueiredo.

No ano de 1859, a navegação a vapor começou entre Aracaju, Maruim e Laranjeiras, proporcionando mais uma ferramenta para impulsionar o comércio. A navegação possibilitou também a visita, em 14 de janeiro de 1860, do imperador Dom Pedro II, da imperatriz Tereza Cristina e sua comitiva. A comitiva do imperador visitou diversos prédios públicos em Maruim.

Basta ter um olhar mais atento para a Igreja Matriz dos Passos (1862) e seu arredor que se nota o poderio de casarões ricos em detalhes e história.

Algumas construções foram instaladas à beira-rio para negociar o açúcar, a exemplo dos armazéns e trapiches,  construídos pelo português José Pinto de Carvalho, muitas delas contam a história até hoje, funcionando casas comerciais e um mercado.

Com uma população de 16.343 pessoas (Censo IBGE 2020), alguns prédios ainda documentam esse apogeu, alguns deles em deterioração na zona rural do município.


Festa de Emancipação Política - Foto por: PMM

Festa da Cruz de Bela

Divulgação

Bela foi uma menina, que segundo a cultura popular, foi assassinada por volta de 1888. Felisbela tinha nove anos de idade, e foi assassinada na Rua do Açougue (hoje, rua José Quintiliano da Fonseca), quando saiu da sua residência para comprar querosene para acender os candeeiros que iluminavam sua casa, que era localizada na rua Arapiraca, em Maruim. Ao passar em frente ao quartel de polícia, um tiro disparado, acidentalmente, por um soldado que limpava seu fuzil, a acertou e a mesma faleceu no local. 

Após a morte da menina Bela, uma cruz foi instalada no Trapiche Ganhamoroba. Após a construção da capela de Bela, fiéis agradeciam os “milagres” com ex-votos [do latim Votum (coisa prometida) ou Votivus (prometido por voto)], que eram as réplicas de pernas, braços, cabeças, casas e diversos objetos que representavam o pedido atendido. A Igreja Católica Apostólica Romana não reconhece a santidade de Bela. 

Desde então, a festa, que integra o calendário cultural do município, é celebrada no dia 15 de novembro, com apresentações culturais, celebrações religiosas, parque de diversões e shows de bandas locais e nacionais. 

Festa de Emancipação Política

Foto por: PMM

O município de Maruim foi elevado à categoria de cidade a partir da Lei Provincial nº 374, de 05 de maio de 1854. Desde então, acontece a Festa da Emancipação Política, com uma programação cultural que resgata o amor e o pertencimento a terra, eternizada na música da cantora Amorosa, “Maruim eu sou”. Além de shows de artistas de todas as partes do país.

Quadrilha Junina Rala-Rala

Foto por: PMM

O Grupo Cultural Recreativo e Dança Quadrilha Junina Rala-Rala foi fundado em 20 de março de 1986, pelo então Presidente de Honra e Patrono, o Sr. Gilson de Oliveira. 

Com mais de 30 anos de atuação, a Rala-Rala é composta por cerca de 80 pessoas e acumula premiações de Concursos de Quadrilhas Juninas em Sergipe e fora do Estado. 

Em 2022, a Rala-Rala foi declarada como Utilidade Pública e reconhecida como Patrimônio Cultural e Imaterial do município de Maruim.