Igor Graccho

Conhecida por seus grupos folclóricos e prédios históricos do século XVII, Laranjeiras é um convite ao passeio no tempo e resguarda parte da época colonial açucareira de Sergipe. Considerada Berço da Cultura Popular, intitulada de Atenas Sergipana, por suas colinas com pitorescas igrejas ao topo, cidade dos terreiros de candomblé, da firmação dos jesuítas em Sergipe e área de pesquisas de cavernas, o município resguarda tradições seculares, que se evidenciam na comunidade negra local e nos seus museus. A dica é andar devagar, pelas ruas calçadas de pedras. O que espera o turista é só emoção, a poucos 18 km distante da capital, Aracaju, localizada no território do Agreste de Sergipe, Laranjeiras remonta ao tempo do Império, quando foi a maior e mais importante cidade de Sergipe, centro do comércio do açúcar, famosa pela vida cultural e social, polo irradiador de lutas pela abolição e pela República. Esta cidade-monumento, patrimônio histórico nacional, situa-se às margens do rio Cotinguiba, com uma população estimada em 29.826 pessoas (Estimativa IBGE 2019). Sua ocupação populacional inicia-se no século XVI e, já no século XVII os jesuítas construíram residências e igrejas, que se tornaram belas e adornadas no século XVIII, quando o plantio da cana se espalhou por todo o Vale do Cotinguiba. A povoação crescia, mas só no século XIX, em 1832, Laranjeiras separou-se de Nossa Senhora do Socorro, tornando-se vila, para ser elevada à cidade, em 1848. Por sua importância, foi um dos pontos visitados em 1860 pelo imperador, D. Pedro II e pela imperatriz, D. Tereza Cristina. As numerosas igrejas católicas e os terreiros de culto afro falam de uma religiosidade forte, e de um sincretismo muito vivo, mantido nas festas atuais quando os cortejos de grupos de folguedos populares enfeitam, animam e tornam encantadoras as procissões e missas. Essa disposição de conciliar o tradicional com o novo é a marca com a qual Laranjeiras, preserva o passado e busca nele a inspiração para renovar-se e articular novos caminhos para seu desenvolvimento. Informações: Bureaux de Informação Turística Edmunda Lobão Linhares.

Localização: Praça Samuel de Oliveira, 241 – Centro - Fones: (79) 3281-1805 /(79) 3281-1332 - Horário de funcionamento: Diariamente, das 08h às 18h.

Secretária de Cultura de Laranjeiras - Fone: (79) 3281-1054 / (79) 3281-1332  - www.laranjeiras.se.gov.br 

Secretaria de Turismo de Laranjeiras - Fone: (79) 3281-1805 


Cacumbi

Foto por: Adilson Andrade

Folguedo de forte influência africana vinda dos congos e congados mantém uma coreografia viva e cadenciada embora tenha perdido o aspecto dramático que o caracterizava. Formado por homens – e chefiado em Laranjeiras por mestre Deca.

Chegança

Foto por: Neu Fontes

Vinda das antigas tradições ibéricas, narra as lutas marítimas entre cristãos e mouros, com embaixadas e combates. A Chegança Tamandaré é a mais famosa de Laranjeiras.

Dança de São Gonçalo

Foto por: Enaldo Valadares

Folguedo dedicado a São Gonçalo do Amarante, formado só por homens, trás nos cantos e danças uma presença africana forte. A Imagem do santo é levada em um pequeno barco pela única mulher do grupo: a Mariposa.

Gerreiros

Foto por: Neu Fontes

Derivado do Reisado apresenta alguns elementos daquele folguedo como a Rainha, o Mestre, a formação em dois cordões, etc. Representa o amor de um índio por uma rainha, simbolizando elementos como combate, luta pelo amor a Rainha.

Lambe-Sujos X Caboclinhos

Foto por: Marx Dantas

O Folguedo se apresenta com dois grupos formados pelos negros e pelos caboclinhos. Os negros roubam a rainha dos caboclinhos provocando a luta entre os dois. As cidades de Laranjeiras e Itaporanga D’ Ajuda mantém a tradição dos grupos com suas embaixadas, combates e lutas finais, quando os caboclinhos vencem os lambe - sujos. São chamados assim porque pintam o corpo com xadrez pulf misturado com óleo.

Penitentes

Foto por: Divulgação

No período da quaresma, os penitentes partem dos cemitérios da cidade em um ritual que roga pelas almas sofredoras. Finda da sexta-feira da paixão quando se penitenciam aos pés do senhor morto.

Reisado

Foto por: Adilson Andrade

Folguedo do ciclo natalino com nítida presença portuguesa louva o nascimento de Jesus com seus benditos, loas e “abrições de porta”. Apresenta-se em dois cordões, comandados pelo Mateus e D. Deusa. Encontrado em quase todas as cidades sergipanas.

Taieiras

Foto por: Neu Fontes

De clara influência africana no ritmo, nos cantos e nos louvores a N. Sra. Do Rosário e São Benedito – o folguedo além das apresentações de Festa dos Santos Reis cumpre ritual de coroação das Rainhas Perpétuas na Igreja de São Benedito em Laranjeiras.