SANTA LUZIA DO ITANHI

Arthur Leite

O município de Santa Luzia do Itanhi está localizado no território Sul de Sergipe, a 76 km da capital, Aracaju, limitando-se ao Sul com o município de Indiaroba, ao sudeste com Umbaúba, ao noroeste com Arauá, ao norte com Estância e a ao oeste com Itabaianinha. Sua população é de aproximadamente, 12.969 hab (Censo IBGE 2020), seu nome é uma homenagem a Santa Luzia e o complemento "Itanhi" vem do nome dado pelos índios Tupinambás ao rio Real.

A cidade de Santa Luzia do Itanhi é umas das povoações mais antigas de Sergipe, ficando em lugar de destaque devido às marcas deixadas pela história, a exemplo de ruínas de engenhos, alguns em bom estado de conservação, e  um  deles foi transformado em alambique, no qual  se produz a Cachaça Reserva do Barão. Localizada na APA Litoral Sul, importante unidade de conservação, também há uma reserva particular de Patrimônio Natural. A área também possui uma identidade gastronômica voltada para pratos com frutos do mar, doces e outros elementos da culinária nordestina, a exemplo do famoso Catado de Aratu na palha.      

ATRATIVOS TURÍSTICOS


Divulgação

Engenho Antas

Foto por: Sirleila

Teve sua primeira escritura lavrada no ano de 1825, em nome de Manoel da Trindade Braques. O conjunto arquitetônico era composto pelo engenho, uma capela e três casas, das quais a mais antiga, conta o dito popular, que era assobradada, implantada no alto de uma encosta que emoldura o vale. As vias de acesso ao engenho dão-se pela Rodovia 247 e pela BR101, ao entrar nos povoados Bom viver e Tapera. A rodovia 247 e a BR101 estão em boas condições. A estrada de chão que acessa o engenho é estreita e possui muitas curvas, mas o tráfego é tranquilo.

Engenho Cedro

Foto por: Sirleila

Possui uma das mais antigas tradições patrimoniais de Sergipe, pois sua propriedade permaneceu restrita a apenas a duas famílias. A primeira escritura do Engenho Cedro remonta a 1815, em nome de José de Bittencourt Calazans e Dona Antônia de Vera-Cruz Braque. A propriedade, por herança, passou para seu filho, o tenente-coronel Joaquim José de Bittencourt Calazans, na primeira metade do século XIX. O acesso ao engenho dá-se de dois modos: o primeiro, inicialmente, pela BR101 sentido a cidade de Umbaúba, acessando uma estrada de chão batido até chegar ao engenho; o segundo, pela SE 247, passando pelo engenho Antas, localizados nos povoados Tapera e Bom viver, onde se tem um acesso a uma estrada de chão, beirando a mata até chegar ao engenho. Apesar de ser estrada de chão, está em boa condição. Quanto à estrutura da fazenda, somente duas casas estão em condições favoráveis, uma do caseiro e a da casa grande, as outras casas, o engenho e a antiga senzala estão em ruínas.

Engenho e Fazenda Castelo

Foto por: Carlos Augusto

Localiza-se geograficamente vizinho à cidade de Estância e justaposto à cidade de Santa Luzia do Itanhi. Na propriedade do engenho havia escola, banda de música e até um jornal "O Pirilampo", um importante ponto de referência cultural para a época. Em 1964,  a usina Castelo encerra a sua produção e, em 1989, a propriedade é vendida, a qual atualmente é explorada através da pecuária. O conjunto arquitetônico do Castelo é um dos mais preservados da memória açucareira sergipana e seu acesso é dos mais bem conservados dos engenhos. A boa conservação do local é observada desde a área externa da fazenda - onde se podem avistar as chaminés do antigo engenho de açúcar – até o interior do casarão. A antiga casa impressiona pela arquitetura, enormes e detalhadas pinturas em diversas paredes dos salões e móveis dos séculos XVIII e XIX encontrados em quase todos os cômodos.

Engenho São Felix

Foto por: Jorge Aragão

Relíquia dos tempos áureos do Brasil colonial em Sergipe, o antigo engenho São Félix fica nas imediações da rodovia SE 368 que interliga os municípios de Estância a Santa Luzia do Itanhi. Primeiramente, a propriedade pertencia ao engenho Antas. O antigo proprietário, o tenente-coronel Paulo de Souza Vieira, pode ser considerado o iniciante  da construção que existe hoje, já que se casou com Joaquina Hermelina da Costa, filha dos proprietários do engenho Antas.

O casarão é uma beleza da arquitetura colonial, mostrando-se singular e único, com as suas 30 janelas, 16 delas somente na parte da frente, e cerca de 32 cômodos. As janelas com vista para palmeiras imperiais e remanência  de Mata dão um toque especial ao casarão.

A cada passo, um pouco da história vai ganhando contornos a quem o visita. O piso de madeira, o telhado com as ripas redondas, a preservação de parte da mobília, a cozinha, a antiga senzala e agradáveis áreas de convivência coletiva.

Como mandava o costume, parte da família Vieira nasceu ali. E lá fez a história canavieira e da criação do gado, o apogeu da época em Sergipe.

A propriedade foi tombada como patrimônio do Estado em 06 de janeiro de 1984 e passou por recentes reformas. Ela conserva também duas casas menores, onde moram os gerentes da fazenda e hectares com pequenos córregos, nascentes, restinga de mata atlântica e estruturas históricas, como as paredes da antiga usina e a chaminé.

Engenho São José

Foto por: Sirleila

Antes existiam 9.000 hectares de terras e atividade produtiva com abrangência regional, hoje apenas 5% da área do antigo engenho São José, 450 hectares, remanescem de sucessivos desmembramentos da propriedade por divisões de espólio, sendo parte explorada com criação de gado e parte ainda recoberta com vestígios de Mata Atlântica. O acesso ao engenho é pela rodovia 247, passando pelos povoados Priapu I, Priapu II e Pau Torto, a estrada é de chão batido, muito estreita, mas em ótimas condições de tráfego. A estrutura do antigo engenho está em ruínas, somente a casa grande e a casa do caseiro, que cuida da propriedade, está em condições favoráveis.

Trapiche

O Antigo Trapiche fica localizado logo na entrada do povoado, no lado direito do rio Piauí, o acesso é restrito devido às ruínas estarem dentro de uma propriedade privada, mas pode-se observar à beira-rio apenas as ruínas de concreto e tijolos que restaram para contar a história do antigo trapiche. Observa-se também uma imensa quantidade de cascas de ostras espalhados pelo solo, que são deixadas pelos pescadores.

Biblioteca Luminescência de Artes Visuais

Foto por: Prefeitura

Localizada na Avenida Principal, 272, Conjunto Albano Franco, Povoado Crasto é a primeira e única biblioteca exclusivamente dedicada às artes no estado de Sergipe, funcionando de segunda à sexta, das 08:00 às 12:00, e das 14:00 às 17:00, com entrada franca e sem necessidade de agendamento ou autorização prévia. A biblioteca é sede também do Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI). O acesso à biblioteca é fácil, a avenida é asfaltada e está em bom estado de conservação.

Cachaçaria Reserva do Barão

Foto por: Arthur Leite

Situada no povoado Priapu, dentro do Engenho Priapu, é uma cachaça artesanalmente produzida e comercializada em todo o país e, inclusive, importada para outros países. A inspiração para essa bebida sergipana remonta a uma tradição de mais de 150 anos. A Cachaça Reserva do Barão é uma homenagem a João José de Oliveira Leite, o ‘Barão do Timbó, e ao  seu enteado, o major Paulo Vieira, que em 1857 fabricava bons exemplares da bebida no Engenho São Félix e, já naquele tempo,  eles utilizavam alambiques de cobre, hoje a bebida é fabricada no mesmo local e armazenada em barris de carvalho para maturação.

O acesso à cachaçaria dá-se por uma estrada de terra até chegar ao engenho Priapu. A cachaçaria fica dentro dessa propriedade e para ter acesso é necessário passar por uma pastagem com criação de bovinos estruturada para a passagem de pedestres e, logo em seguida, adentra a cachaçaria. A infraestrutura tem condições favoráveis e com isso o turista pode ter a possibilidade de acompanhar todo o processo de fabricação da cachaça, desde a colheita da cana até os acabamentos como engarrafamentos e rotulagens.

 

Santo Cruzeiro

Foto por: Prefeitura

É o marco inicial da cidade de Santa Luzia do Itanhi e, consequentemente, da colonização de Sergipe.  O Santo Cruzeiro foi o local onde a primeira missa do estado foi rezada. O monumento encontra-se localizado em propriedade particular, ainda assim, pode ser observado ao longe, erguendo-se pacífico numa colina, figurando como protagonista de uma paisagem bela.

Reserva Particular de Patrimônio Natural - Reserva do Crasto

Situada no povoado Crasto, a Mata do Crasto é a principal reserva de Mata Atlântica nativa de Sergipe – o que compreende a Área de Preservação Ambiental (APA) do Litoral Sul, com áreas de manguezais que cercam o rio Piauí, além da fauna e flora existente nos limites da reserva.

Igreja Senhor do Bomfim

Foto por: Ascom-SE

As ruínas da Igreja Senhor do Bomfim,  que  é uma igreja secular em ruínas, simbolizando a presença dos jesuítas na região,  fica localizada no alto de uma colina no Povoado Crasto, distante a 7 km da sede do município de Santa Luzia do Itanhi.

Santuário de Santa Luzia do Itanhi

Foto por: Arthur Leite

Fica localizado no alto de uma pequena colina, logo na entrada do município, importante atrativo turístico e cultural por ter sido berço católico do estado e marco da 1° missa rezada em solos sergipanos. O acesso ao santuário dá-se pela rodovia 247, as vias estão asfaltadas e em boas condições. É possível contemplar o monumento e realizar visitas pré-agendadas no interior da igreja.

Povoado Crasto

Foto por: Setur

Localizado a 7 km da sede do município de Santa Luzia do Itanhi, destaca-se nesse cenário devido ao potencial turístico voltado para as áreas naturais, históricas e preservação da simplicidade. Recentemente, as vias de acesso para o povoado foram recuperadas e ganharam sinalização, investimentos feitos pelo Poder Público por saber do potencial turístico da região. Por cortar a Reserva Natural Mata do Crasto, na extensão da rodovia, foram colocadas as travessias nas árvores para os animais silvestres e placas de sinalização.

Engenho de Ferro

É muito antigo e foi mantido pelos escravos. Seu primeiro dono teria sido o major Libânio Cardoso de Menezes. A propriedade torna-se usina no início da década de 20 deste século, quando a moenda  passa a operar com tração mecânica, funcionando até o início dos anos 50. A propriedade foi posteriormente agregada a outra, de nome Santo Antônio. A Fazenda Santo Antônio foi depois vendida à Indústria Amido Glucose S/A, sediada em Estância, e o Engenho de Ferro, ao Sr. Jorge do Prado Leite, que lá administra uma fazenda de gado.

Engenho Priapu

Transformou-se em usina a vapor desde a segunda metade do século XIX e integrava, junto com o engenho Félix Independente, um complexo industrial açucareiro. O Priapu foi à penúltima usina a fechar na região Sul de Sergipe, e, nos últimos dez anos, sob a propriedade da família, as terras destinaram-se à criação de gado. Com a desapropriação do Priapu, conta-se que a casa grande, abandonada, foi sendo aos poucos saqueada e deteriorada.