Foto por: Marcos Ribeiro

Considerado um oásis no sertão sergipano por unir as belezas da Caatinga com a exuberante paisagem das águas do rio São Francisco, a cidade de Canindé de São Francisco está situada a 213km da capital, Aracaju, e localizada no território do Alto Sertão Sergipano. Com uma população estimada de 26.834 hab. (Censo IBGE 2022) reúne turismo, história e a rica tradição sertaneja em um só destino.

É lá onde fica o Complexo Turístico de Xingó que abriga a Usina Hidrelétrica de Xingó, na divisa dos estados de Sergipe e Alagoas, sítios arqueológicos, além de trilhas ecológicas e a história do cangaço.

Segundo polo turístico mais importante do Estado de Sergipe, é em Canindé de São Francisco, que fica o Cânion de Xingó, considerado o quinto maior do gênero no mundo e que atrai milhares de turistas, todos os dias, em busca das suas belezas naturais, do banho de rio, das histórias e das lendas, além da culinária do sertão e do contato com as tradições dos ribeirinhos.

Não é por acaso que as belezas naturais e as histórias do Movimento do Cangaço fazem da região de Canindé de São Francisco o cenário perfeito para gravações de novelas, filmes e séries de TV.

Canindé de São Francisco divide sua história em antes e depois da chegada da Usina de Xingó na região. Por volta de 1936, às margens do Velho Chico, dois pequenos povoados se dividiam em Canindé de Cima e Canindé de Baixo. Este último precisou ser demolido para dar lugar à hidrelétrica. Uma nova cidade foi construída para abrigar os moradores. Era seis de março de 1987, surgia então a cidade atual, projetada para distribuir harmonicamente as áreas administrativas, comerciais e residenciais. Desde então, Canindé de São Francisco vem se consolidando como uma excelente opção para o mercado turístico.

Para conhecer Canindé, com conforto e tranquilidade, o turista deve reservar no mínimo três dias e, assim, aproveitar as maravilhas da cidade que é o portão de entrada para o Complexo Turístico de Xingó.


Foto por: Max Carlos

Cânion do Xingó

Foto por: Igor Graccho

O Cânion do Xingó é um dos mais belos atrativos da região. Sua exuberância, presente no leito do rio, nas rochas que alcançam mais de 50 metros de altura e na vegetação, oferece um espetáculo natural inesquecível para quem visita. O passeio de catamarã oferece a visualização de formações rochosas, enseadas e ilhas, que surgiram após o enchimento do lago da Hidrelétrica de Xingó, uniram os três Estados (SE, AL e BA) com parada para banho na Gruta do Talhado.

Mundo Novo Ecoturismo

Foto por: Vento Leve Agência de Turismo

A Mundo Novo Ecoturismo é um pedaço do paraíso incrustado no Alto Sertão sergipano. Um santuário da caatinga, com 80% de sua extensão territorial formada por essa vegetação, que é nativa da região. Preservada, recompôs os ecossistemas da flora e da fauna naturais da terra seca. Em visita à fazenda, o turista pode fazer trilhas ecológicas que têm percurso de sete quilômetros, saindo da sede da fazenda até o rio São Francisco.

O passeio inesquecível faz o visitante entrar em harmonia com a natureza, árida nas estiagens e bela e viçosa quando a chuva molha a terra. Ao final, o turista tem a visão do Lago e Cânion de Xingó, podendo ainda mergulhar no Banho Real, local usado em cenários de novelas. Funciona de sexta a domingo e nos feriados, no entanto, é preciso agendar com antecedência a visita.

Museu da Caatinga

Foto por: Divulgação

Na área do Xingó Parque Hotel, fica localizado o Museu da Caatinga, onde o visitante pode conhecer, através de som e imagens, vários animais do único bioma genuinamente brasileiro. Entre essas espécies da fauna destaque para o veado-catingueiro, preá, gambá, sapo-cururu, ararinha azul e asa branca. Já a vegetação, na exposição estão plantas que servem para preparação de medicação, até ao famoso mandacaru, xique-xique, bromélias, angico, aroeira, entre outros. O acesso ao Museu é gratuito e pode ser acompanhado por um funcionário da recepção do hotel.

Museu de Arqueologia - MAX

Foto por: Setur

Com 55 mil peças, os achados do Museu de Arqueologia de Xingó são compostos de esqueletos humanos, utensílios e registros gráficos referentes a aspectos da cultura do homem que já se encontrava na região há pelo menos oito mil anos. O museu detém material de 70 sítios arqueológicos, sendo 55 deles a céu aberto.

As visitas são livres, mas monitoradas e estão disponíveis de quarta a domingo e nos feriados, no horário das 9 horas às 16 horas.

Orla Salomão Porfírio de Britto

Foto por: Érica Fernandes

A Orla Salomão Porfírio de Britto é um dos principais atrativos turísticos, sendo bastante utilizado pela comunidade local e visitantes, tendo como principal fonte de atração o banho no Rio São Francisco e vista para usina Hidrelétrica de Xingó.

Conta com uma excelente gastronomia local que valoriza os alimentos encontrados na localidade.

São 14 quiosques para bares, dois postos salva-vidas, quadra esportiva com campo gramado, parque infantil, ponto de apoio ao turista, amplo estacionamento para carros e ônibus, esgotamento sanitário e total acessibilidade para pessoas com deficiência.

Pôr do Sol com Vista Para o Velho Chico

Foto por: Max Carlos

O pôr do sol avistando o Velho Chico é o ator principal e não importa onde seja. O que importa é contemplar e sentir que nesses locais a natureza se faz generosa para que o turista seja apenas um mero expectador do belo. São vários mirantes e locais particulares, como restaurantes e bares, onde se pode apreciar o espetáculo do Astro Rei, para que no outro dia o passeio continue desbravando a região.

Rota do Cangaço

Foto por: Max Carlos

No passeio a bordo de embarcações modernas ou regionais com embarque na Orla Salomão Porfírio de Britto, o turista segue pelas águas do rio São Francisco, em seu leito original, com destino à trilha do Cangaço.

A primeira parada acontece às margens de um complexo ecológico, de lá o turista segue para desvendar as trilhas que o grupo de cangaceiros, comandado por Lampião e Maria Bonita fizeram na sua última trajetória, onde foram mortos pela volante na Grota de Angico. Para chegar até lá, segue-se por uma trilha em meio à caatinga. Há infraestrutura e deve ser feita com o acompanhamento de um guia de turismo especializado. Para chegar até a Grota há dois caminhos: pelo rio São Francisco, ou por terra pela sede do Monumento Natural da Grota do Angico.

Ao retornar para Canindé de São Francisco, nada melhor que mergulhar nas águas do Velho Chico e aproveitar as delícias da culinária local, na orla Salomão Porfírio de Britto

 

Usina Hidrelétrica de Xingó

Foto por: Max Carlos

A Usina Hidrelétrica de Xingó é a segunda maior do país e a sexta maior do mundo, formando um complexo moderno, que gera três milhões de quilowatts de energia elétrica, responsável pelo abastecimento de 25% da energia consumida pela região Nordeste. A visita guiada a esse monumento de puro concreto tem uma duração de 50 minutos, tempo em que o turista é informado sobre todo o processo de construção e o funcionamento da usina instalada no leito do rio São Francisco, unindo os Estados de Sergipe e Alagoas. Para conhecer, a primeira parada acontece no Mirante local com maquete ilustrativa, uma verdadeira obra de arte. A visita dever ser agendada antecipadamente ou contratar um guia de turismo na sede da recepção de visitantes da Usina Hidrelétrica de Xingó.

Vale dos Mestres

Foto por: Prefeitura

A trilha surge em meio à Caatinga. O turista tem a oportunidade de conhecer espécies da flora do sertão, como facheiros, xiquexique, mandacaru, bromélias e quipás. O ponto de partida é o leito seco de um riacho, situado no povoado Curituba a 25km da sede do município. Entre os atrativos estão os sítios arqueológicos e uma lagoa deserta de águas claras e limpas, localizada no final da trilha. A visita deve ser acompanhada por condutores de turismo e/ou guias de turismo especializados e autorizados.

Há uma outra oportunidade de se chegar até o Vale dos Mestres, por lancha para observar paredões arenosos, entrecortados por vegetação composta por bromélias, cactáceos, samambaias, entre outras espécies, que dão um tom esverdeado ao espelho d´água de rara beleza no sertão sergipano.

Lá, é só uma paisagem das várias que compõem a região do sítio arqueológico do Vale dos Mestres, possuidor de trilhas de, aproximadamente, 2000m de extensão, pinturas rupestres de mais de 3mil anos, abrigos encravados no sopé dos paredões à margem direita do riacho e ainda é excelente para os amantes do ecoturismo.

Feira Livre

Foto por: Silvio Oliveira

Há quem diga que o mercado público e as feiras livres de Canindé são as expressões mais detalhadas da cidade. É lá onde o turista encontra os cheiros, cores, gostos e tradições da população. A feira livre da cidade tem virado atração. O turista encontrará desde frutas e verduras, aos mais autênticos produtos da culinária sertaneja, a exemplo da manteiga de garrafa, ovos de galinha de capoeira, rapadura, além de temperos e artefatos em couro.

Os doces caseiros enrolados na palha e os produtos confeccionados à base de milho e coco, a exemplo do beiju, pé de moleque, malcasado, viraram souvenires nas mãos dos turistas. A rapadura é embalada para viagem e de lá segue para os mais diversos cantos do país.

A vedete das feiras da região é o coquinho extraído ainda verde de uma palmeira tipicamente brasileira, denominado de ouricuri. Por meio do povo simples, o Ouricuri ganhou variações de nomes também sendo chamado de adicuri ou simplesmente dicuri ou licuri.

A palmeira pode produzir até oito cachos com mais de 1.500 coquinhos cada.  Todo mundo que tem um pé no quintal, quando nota que os frutos estão num tom amarelo vermelho sabe que está na hora de cortar o cacho e colocá-lo para secar. Depois é quase que uma diversão em família. O quebrar do coquinho, geralmente com uma pedra, vira uma brincadeira, é tradição de infância nas cidades do interior do Nordeste. O doce de Ouricuri ou o soverte também podem ser apreciados.

Na parte superior da feira livre, os bares e restaurantes populares servem desde o sarapatel à carne de sol assada com feijão verde. Se tiver uma conversa mais amigável com um dos proprietários, a galinha de capoeira pode ser adquirida e cozida lá mesmo. Aí é só aproveitar o sabor do sertão, fotografar as tradições da feira e levar na bagagem os presentinhos com cheiro, gosto e cor do sertão de Sergipe.

Cachoeira do Lajedão

Foto por: Mayheus Moura

Bastante conhecida pelos habitantes do município de Canindé de São Francisco/SE, que fica a 213 km da capital Aracaju, a Cachoeira do Lajedão está sendo totalmente estruturada para o visitante que gosta de adrenalina e aventura. Situada, na rodovia SE-206, a trilha que o turista percorre até chegar a cachoeira tem aproximadamente 3 km.

Após fazer uma caminhada pela trilha, a grande recompensa ao final da aventura é um delicioso banho relaxante na cachoeira que deságua no Rio São Francisco. A cachoeira do Lajedão que é uma verdadeira explosão de cores para os amantes da natureza, com sua nascente situada no projeto Califórnia, em de Canindé de São Francisco.

A trilha exige atenção por parte dos aventureiros. Mas, durante o percurso, é possível observar a caatinga preservada e a grandeza na diversidade da fauna local, com a ave símbolo dessa vegetação, a Asa Branca, além de outras espécies, a exemplo da Cabeça Vermelha, Papagaios, Canção, Nambu, Rolinha, Tizil e várias espécies de Beija-flor. A flora também aparece com suas espécies nativas como a craibeira, catingueira, xique-xique, mandacaru, facheiro, cabeça e coroa de frade e jurema.

Para embarcar nessa aventura é importante está acompanhado de um condutor de turismo e/ou guia de turismo, profissionais capacitados e conhecedores da região. Lembrando que é cobrada uma taxa de visitação, sendo negociado diretamente por uma agência de turismo ou receptivo local.