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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

    Aprendi a gostar da música sergipana, ouvindo e curtindo a dupla Chiko Queiroga e Antônio Rogério. E por meio de suas músicas e intepretações outro grande nome da música e da cultura sergipana, autor de uma das canções que estão entre as minhas preferidas e que toca fundo a minha sensibilidade e também a minha identidade sergipana: “Pecado de pássaro”, de Neu Fontes, também famosa na voz de Rogério, no LP “Néctar de Amor” (1989).
Irineu Silva Fontes Júnior nasceu na rua Divina Pastora, em Aracaju, no dia 30 de abril de 1960. É o primeiro filho do casal Irineu Silva Fontes e Maria Susete Silva Fontes, pais de mais três mulheres: Aninha, Sandra e Simone. Aos seis anos, mudaram-se para a rua Zaqueu Brandão, onde teve uma adolescência tranquila e feliz, tendo estudado nos seguintes estabelecimentos de ensino: Jardim de Infância Augusto Maynard, Arquidiocesano, Colégio Graccho Cardoso, Colégio Sagrado Coração de Jesus, Colégio Salesiano e o Curso Visão.
    Fez Graduação em Comunicação Social pela Faculdade Sergipana (2006-2009), com passagens pela UFBA e Universidade Tiradentes, aperfeiçoando-se na área. Iniciou a vida profissional nas empresas da família e nos anos 80, resolveu investir na vista artística e cultural. Ao longo dos anos, exerceu diversas funções nesses campos, a saber: Técnico de Iluminação e Sonoplastia do Teatro Atheneu; Diretor Técnico da Fundação Estadual de Cultura; Diretor do Teatro Atheneu, do Teatro Tobias Barreto,  do Complexo Cultural Gonzagão; Diretor de Eventos da Secretaria de Estado da Cultura; Coordenador de diversos Festivais de Música e de Cultura; Coordenador de edições; Secretário de Cultura de Laranjeiras; Secretário-Executivo de Cultura do Estado; Secretário de Estado da Cultura. Atualmente, ele é Diretor de Comunicação da Alese – Assembleia Legislativa de Sergipe.


Em 2014, sob a orientação do Prof. Dr. Paulo Miguez concluiu e apresentou a monografia
“CACUMBI MESTRE DECA Renovando a tradição - A relação grupo cultural e gestão pública” pelo Curso de Formação de Gestores Culturais dos Estados do Nordeste, promovido pelo Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, da Universidade Federal da Bahia, em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco e o Ministério da Cultura, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão Cultural.
    O interesse pela música surgiu aos 8 anos de idade, no Coral Sagrado Coração de Jesus, depois, no Conservatório de Música de Sergipe, quando teve a oportunidade de ser aluno do professor e músico João Alvino Argollo. Profissionalmente, na vida artística, está comemorando em 2021, 40 anos, tendo começado em 1981; mas, já com uma participação, na segunda metade dos anos 70, em Festivais de Música.
    Artisticamente, adotou a alcunha de Neu Fontes. Entre seus principais momentos, destaque para: os lançamentos de seus discos, a conquista do prêmio do festival de Música de 1978; o prêmio Antena de Ouro, no Rio de Janeiro, pelo projeto Bacamartada; a realização do programa Nossa Música, por 5 anos nas rádios Liberdade e Aperipê; e, segundo o mesmo, compor e escrever a Ópera do milho, espetáculo montado em Sergipe pela primeira vez em 1996, retomado em 2005.


    Neu Fontes tem em sua discografia, afora participações em diversos projetos coletivos, os discos: Cajueiro dos Papagaios (1986); Chifra de Cinderela; Rara Beleza (1989) e Trilhos da Lua. Além de interpretar suas próprias composições, emprestou o seu talento de músico e de compositor a diversos artistas e grupos, tais como: Roberto Alves, Rogério, Rubens Lisboa, Célia Gil, Valter Nogueira, Bando de Mulheres, Corrisco do Trovão, João da Passarada, Los Guaranis, Chico Queiroga e Antônio Rogério, Amorosa, Pedro Luan, Marilda, entre outros.


    Neu Fontes também tem uma expressiva atuação no campo cultural e literário. Criou e coordenou projetos importantes como “Gonzagão Forró e Arte”; o Festival de Música Junina; o Projeto Prata da Casa; a Lei Mestres dos Mestres de Laranjeiras; o Festival Nordestino de Cultura; a Ópera do Milho; todo o Sistema Municipal de Cultura de Laranjeiras; Concursos de fotografia as Cores do Encontro Cultural de Laranjeiras; Concurso de Poesia Popular João Sapateiro; implementação do formato de editais na gestão da cultura, produção de cds da cultura popular: Dona Lalinha, Taeira, Reisado do Marimbondo, Xoko, Dona Maria José Cantadeira, de Romances; a produção do CD de Santo Sousa, Nubia Marques entre outros. Escreve na coluna “O som da História” no site do IHDMS, sobre histórias da música sergipana. 


    No dia 20 de setembro de 2016, tomou posse na Academia de Letras de Aracaju (ALA). ocupando a cadeira de número 39 da poetisa Iara Vieira. Sobre a cultura sergipana, assim se expressou em entrevista do dia 23 de agosto do corrente ano, via Whatzapp: 

Rica e diversa, e que construiu o meu caminho; comecei a prestar atenção na cultura popular e com a convivência com meu tio José Calazans Brandão da Silva aprendi a importância dessa cultura para todo o contexto cultura de Sergipe. Um Estado pequeno com uma cultura enorme e mal entendida. Temos grandes intelectuais e artistas e que sempre representam o nosso lugar com valor e dignidade. 

Sobre a música sergipana, entende ser de qualidade, necessitando urgentemente de uma gestão de carreira. Figurando entre o que há de mais significativo na sergipanidade, sobretudo em seus aspectos culturais e musicais, Neu Fontes certamente está entre os seus nomes mais expressivos e representativos.