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Prof. Dr. Claudefranklin Monteiro Santos

Com vistas a criar e reforçar uma identidade cultural junina, em junho de 2019, o Governo de Sergipe, em parceria com diversas entidades lançou um selo intitulado “Sergipe é o país do forró”. Naquele mesmo ano, houve quem contestasse, em comparação a outros eventos do Nordeste, que o Estado havia perdido essa alcunha em razão do arrefecimento das festas promovidas, sejam de ordem governamental, sejam da iniciativa privada.
No ano seguinte, já com a pandemia da COVID-19 em curso, a TV Sergipe exibiu o especial “Sergipe é o país do forró”, direto do Museu da Gente Sergipana, de forma remota, com a participação da Orquestra Sinfônica de Aracaju e de artistas locais, a exemplo da cantora Amorosa.
No afã de reforçar e propagar a identidade junina sergipana, a TV Sergipe repetiu a dose, desta feita, também, com a exibição de matérias sobre os festejos juninos, todos os dias, tanto no Bom Dia Sergipe, quanto nos demais programas jornalísticos, com sucesso de crítica e de pública. Destaque para o jovem repórter Leandro da Graça.
Por traz dessas iniciativas todas, uma pessoa que colaborou de modo particular para tudo isso e seu legado segue vivo a ditar positivamente essa saga de procurar imprimir uma marca para as festas juninas sergipanas. Sua canção é considerada até a presente data como sendo “o Hino Oficial dos Festejos Juninos em Sergipe”.

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Natural da cidade de Estância, em 1957, Pedro Rogério Cardoso Barbosa. Inspirado na discografia e carreira de Luiz Gonzaga, o qual teve a oportunidade de conhecer aos 8 anos de idade, Rogério conduziu sua vida artística, marcando em definitivo a cena local e nacional da música sergipana e brasileira. 
Sua carreira solo começou nos anos 80. Em 1989, gravou o disco “Néctar de Amor”, pela gravadora RGE, com nove faixas. Destaque para “Pecado de pássaro”, composição de Neu Fontes, que ficou famosa com a interpretação da dupla Chiko Queiroga e Antônio Rogério. Em 1991, lançou o disco “Olhos de águia”, pela gravadora Esfinge, com dez faixas, com algumas canções de forró, a exemplo de “Ai que saudade d´ocê”, de Vital Farias, e “Santo Forrozeiro”.
Depois de percorrer o país fazendo muito sucesso, retornou a Sergipe na década de 90. Em Aracaju, conheceu e se casou com Elaine, em 1995, com quem teve Luan e Luiza. Foi pai também de Rogério e Iury, de relacionamentos anteriores.
Como se vê, ao contrário do que parece, Rogério não foi apenas forrozeiro. Fez sucesso em outros gêneros, tendo participado de carnavais em Olinda e Recife, quando conheceu grandes nomes da música a exemplo de Alceu Valença e Nando Cordel. Ele viajou boa parte do país, procurando difundir sua arte e seu trabalho, inclusive nas regiões sul e sudeste, ocasião em que chegou a se apresentar nos programas de Xuxa e de Angélica.
Nesse ambiente de grande bairrismo regional, dominava basicamente os Estados de Bahia e Pernambuco. Rogério, mesmo com a resistência da gravadora, quis também dar sua contribuição no que tange também ao Estado de Sergipe. Foi difícil, mas ele conseguiu emplacar “Sergipe é o país do forró”, sucesso local e nacional. Sergipe, menor Estado da Federação, se agigantou na voz, no talento e na poesia de Rogério.
Rogério faleceu no hospital das Clínicas, em São Paulo, no dia 13 de agosto de 2014, aos 57 anos, depois de lutar contra problemas no fígado. Seu filho, Pedro Luan, inspirado no pai também seguiu carreira artística. Naquele dia, ele e mais outros cantores sergipanos e nacionais fizeram um tributo, “Canções para Rogério”, num Teatro Atheneu lotado. Seu falecimento foi noticiado nos principais órgãos de notícia do país. A Folha de São Paulo lhe prestou uma importante homenagem, em coluna da jornalista Andressa Taffarel, segundo a qual Rogério chegou a ser considerado um dos maiores forrozeiros do país.
Segundo essa mesma matéria, um dos sonhos de Rogério era cantar mais uma vez no Forró Caju, mas a saúde já debilitada não lhe permitiu. Com a canção “Sergipe é o país do forró”, ele fincou seu nome no panteão da música sergipana, deu cores locais ao jeito todo nosso de fazer festa junina, imprimindo mais do que uma identidade, também uma bandeira de luta e um brado autêntico e original de sergipanidade. Ele tinha consciência que a festa não podia parar: “O Forró vai começar / Laiá, laiá”