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Espaço vai valorizar a cultura, formar talentos e desenvolver a economia criativa.

O Serviço Social do Comércio (Sesc) completa 75 anos em setembro, mas quem vai receber um presente é a população sergipana. A Galeria de Arte do Sesc – Cícero Alves dos Santos ‘Véio’ será inaugurada na próxima segunda-feira (13). No dia seguinte, a exposição Ser [tão] Véio será aberta ao público no espaço que fica localizado na Rua Senador Rollemberg, 77, no Bairro São José, em Aracaju.

A nova galeria receberá exposições, cursos, palestras, seminários, oficinas e debates sobre as mais diversas manifestações artísticas.

“Com esse espaço, vamos valorizar o artista da terra e promover o intercâmbio da arte, além de formar novos talentos e fomentar a economia criativa na área cultural. Só temos a agradecer ao Departamento Nacional, ao presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, Laércio Oliveira, e a todos os conselheiros da instituição que apoiam essa iniciativa”, destacou a diretora regional do Sesc, Aparecida Farias.

Diretora regional destacou a soma de esforços para a realização dessa obra


O espaço está situado no coração da capital sergipana, próximo ao Centro, em local de fácil acesso inclusive por transporte público. Tudo pensado na comodidade do trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes, para que se sintam estimulados a consumir e experimentar as mais diversas manifestações artísticas em um espaço moderno e confortável.

O local será ponto de encontro dos artistas com instalações que possibilitam um ambiente criativo. O empreendimento tem área de mais de 600 m² e conta com espaço climatizado para exposição de obras de arte, sala para realização de cursos, jardim, além de áreas administrativas.

“Este momento festivo é também uma celebração aos artistas sergipanos, que passam a ocupar um espaço de liberdade, interação e formação para novos talentos”, ressaltou Laércio Oliveira, presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac.

Homenagem

A galeria homenageia o artista autodidata Cícero Alves dos Santos, conhecido como Véio, natural do município de Nossa Senhora da Glória, localizado no Alto Sertão sergipano. “Cícero Alves dos Santos é reverenciado no mundo inteiro e, hoje, a maior expressão artística sergipana”, frisou Laércio Oliveira.

Laércio Oliveira ressaltou a importância da galeria para a cultura sergipana

O artesão descobriu o talento para a arte ainda criança moldando cera de abelha. Mais tarde, encontrou nas andanças pela caatinga a matéria-prima para dar vida a criatividade.

“Quando eu comecei não sabia o que era arte. Nunca tinha visto ninguém trabalhando. Quando pequeno me apeguei muito às pessoas idosas. Aonde tinha um idoso não era permitido criança estar, mas eles tinham consideração pelo respeito que eu tinha ao passado e me deixavam ficar ouvindo as conversas deles. Meus amigos diziam, que eu parecia um menino ‘Véio’ no meio dos outros. E, com cinco, seis anos, eu recebi esse apelido. E, hoje, com 74 anos eu continuo conhecido assim”, explicou o escultor.

Cícero Alves dos Santos mostra parte da sua produção artística e inspirações


Peças de Cícero Alves dos Santos fazem parte de acervos de colecionadores e também de instituições culturais de relevância no Brasil e no mundo, incluindo Paris e Veneza. Em 2018, na cidade de São Paulo, ele recebeu o Prêmio Itaú Cultural 30 anos na categoria ‘Criar’.

Exposição

Véio transforma os galhos secos em esculturas que representam o homem e a vida do sertanejo. Até pequenos palitos de fósforo são esculpidos pelas mãos habilidosas e se tornam grandiosas provas da sua singularidade artística.

“Quando o tronco é aberto, eu digo que ele é reto e posso entrar e fazer o que eu quiser. Quando o tronco é fechado, eu tenho que aproveitar os ângulos que a natureza fez, sem amputar nada. Dessa forma dou vida ao que já está morto, dou uma vida diferente”, revelou Cícero Alves dos Santos.

Na exposição ‘Ser [tão] Véio’ as memórias e vivências do artesão inspiram sua arte em diversas dimensões, que vão de milímetros até metros de altura ou comprimento.

Obras em miniaturas impressionam pela riqueza de detalhes


As obras retratam acontecimentos importantes e cotidianos do povo sertanejo como o nascimento de uma criança, a chegada do rádio, festas populares, representações de fé e do inferno, entre outros.


“As memórias são seletivas e inventivas. As memórias são individuais e coletivas. A materialização dessas memórias é o resultado da obra de Véio. Os seus personagens são os registros das suas vivências, das experiências, do seu repertório cultural, construído, principalmente, através dos inúmeros diálogos ao longo da sua caminhada. As cenas são dinâmicas e os seus personagens são ativos, vivos”, revelou a curadora da exposição Rosana Boaventura Santos.

Sesc 75 anos

O Sesc atua nos segmentos de assistência, saúde, lazer, educação e cultura. As atividades são prestadas aos trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo e seus dependentes, mas também beneficiam a população em geral.

“Essa é a realização de um sonho que vem para somar a cultura do nosso estado. Estamos inaugurando a Galeria de Arte do Sesc no dia do aniversário de 75 anos da instituição, então não teria uma data melhor para que a gente pudesse presentear o nosso povo com esse equipamento tão grandioso”, ressaltou a diretora regional do Sesc, Aparecida Farias.

O espaço é novo, mas as ações de fomento à cultura e formação de público com pensamento criativo, reflexivo e crítico vem desde a instalação do Sesc em Sergipe. A primeira Galeria de Arte do Sesc foi instituída em 1993 e funcionava, até então, no Sesc Centro.

“Gostaria de agradecer ao Departamento Nacional do Sesc que acreditou nesse projeto e viabilizou a maior parte dos investimentos. Por fim, quero declarar que viver este momento é a certeza de que o trabalho desenvolvido pela diretoria Aparecida Farias, sua equipe técnica, e conselheiros do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac continua a produzir resultados inspiradores que nos projetam para uma série de novos empreendimentos que serão entregues aos sergipanos muito em breve”, finalizou Laércio Oliveira.

Fonte:Comunicação Sesc Sergipe